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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto: Rodulfo Gea | CNL-INBA 

 

MARICELA GUERRERO

 

Nasceu na Cidade do México em 1977.

Poeta. Estudou Letras Hispânicas na UNAM. Publicou em revistas como  Letras Libres ,  Luvina ,  Revista El Humo e Tierra Adentro,  entre outras. Em 1998 e 2000 obteve o primeiro prêmio no Concurso Depois do Discurso. Em 2008 e 2010 obteve a bolsa de Jovens Criadores da FONCA.

Sua obra aparece nas antologias: Efeitos secundários (Madrid: Anaya, 2004),  Uma orbe mais ampla: 40 jovens poetas (1971-1983) (Carmina Estrada, UNAM, 2005),  Divino tesoro  (México: Casa Vecina, 2008), Quatro poetas recentes do México  (Buenos Aires: Black & Vermelho, 2011),  México 20: La nouvelle poésie mexicaine  (Jorge Esquinca, Tedi López Mills, Myriam Moscona, Castor Astral / Secretário da Cultura, 2016) e  Red Shadow: dezessete poetas mexicanos 1964-1985  (Rodrigo Castillo, Vaso Roto, 2017).

Trabalho de referência:Catálogo biobibliográfico da literatura no México

 

TEXTOS EN ESPAÑOL   -   TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

CUATRO CUARTETOS.  IV. Cuatro poetas recientes de México. Luis Felipe Fabre. Heriberto Yépez. Maricela Guerrero. Paula Abramo.   Edición de Cristian De Napoli.    Buenos Aires: Black & Vermelho, 2011.  96 p.  14 x 21 cm.  ISBN 978-987-22223-2-1   Arte de tapa: Federico Docampo  y Florencia  Keil (sobre fotos de obras de Yinkka  Shonibare). Ex. bibl. Antonio Miranda

 

[ textos de
  De lo perdido, lo hallado (e preparación)
y de Se llaman nebulosas (2010)

 

 

Verano del 98 Mon amour

 

De pasaporte
dos calzones tres camisas dos corpiños
el mismo pantalón y las botas con flores despintadas
suficiente
para ir contigo al paraíso

    para bajar por ti al infierno
para que en mi casa no me bajaran de puta
y para vestirme contigo desvertirme en cuartos
de hotel.

 

Suficiente, sobretodo,
para volver a la ciudad
con la cola y pasaporte
entre las patas.

 

 

 

ACUMULACIONES

  Los poemas se me acumulan (hijo)
en el hígado, el bazo, los riñones
(formaciones calcáreas:
estalactites, estalagmitas:

  grutas interminables que se dicen sin escribirse
se forman  —deforman—)

 

  piedritas en el hígado en el zapato,
una piedra me enseñó que mi destino
y el que este libre de pecado...  la primera de una
pila —acumulaciones—:
piedra sobre piedra.

PROHIBICIONES MÉDICAS

  café y cigarrillos, por lo que te decía de las
irritaciones,
sensibilidad extrema  de  los órganos,  ni

monumentales ni musicales:
guerras internas — intestinas, literal—
de las palabras por emerger, ver una luz, palabras
que se desprendan:

palabras de sal, de cal, de óxidos, palabras de la
herrumbre, palabras piedras, palabras nebulosas
palabras grutas —acumulaciones de la vida—
floraciones: tejidos del amor.

Un poema es una acumulación que se destiende:
también el cancer y las altas cantidades
de azúcar: acumulaciones halladas por no decirse:
acumulaciones nebulosas, el universo:
los poemas se acumulan.

 

 

 

(SYZYGIUM AROMATICUM)

 

Forma de un clavo pequeño, (ternuras que se destienden)
formada por los pétalos   (floraciones:  acumulaciones  y
oxígeno, combustión):
rodeada de cuatro puntas que son las divisiones
(demarcaciones:  orillas,  fronteras que no son sino
apuntes de la ceniza):
del cáliz (trasegar: mata de otra mata: traslaciones
vasijas colmadas de aire y nebulosas):
de color pardo oscuro, (ay, moreno, no me des más
dolor):
de olor muy aromático  y  agradable y  sabor acre y
picante 
(la tierra: traslados, ¿sabes de dónde vienes?)
Es medicinal 
(los llamaron médicos alópatas,  alivio del
cuerpo) y especia: condimenta (nos dijeron
así es la vida).

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS

Tradução: Antonio Mirand

 

Verão de 98 Mon amour

 

De passaporte
dois calções três camisas dois corpetes
a mesma calça e as botas com flores desbotadas
suficiente
para ir contigo ao paraíso

    para descer ao inferno
para que em mi casa não me rebaixarem de puta
y para vestir-me contigo desvertir-me em quartos
de hotel.

 

Suficiente, sobretudo,
para regressar à cidade
com a cauda e passaporte
entre as patas.

 

 

 

ACUMULAÇÕES

  Os poemas se me acumulam (hijo)
no fígado, o baço, os rins
(formações calcárias:
estalactites, estalagmites:

  grutas intermináveis que dizemos sem escrevê-las
formam-se  —deformam—)

 

  pedrinhas no fígado no sapato,
uma pedra me ensinou que o meu destino
e o que esteja livre de pecado...  a primeira de uma
pilha —acumulações—:
pedra sobre pedra.

PROIBIÇÕES MÉDICAS

  café e cigarros, pelo que te dizia das
irritações,
sensibilidade  extrema  dos órgãos,  ne

monumentais nem musicais:
guerras internas — intestinas, literal—
das palavras por emergir, ver uma luz, palavras
que se desprendam:

palavras de sal, de cal, de óxidos, palavras da
ferrugem, palavras pedras, palavras nebulosas
palavras grutas —acumulações de vida—
florações: tecidos de amor.

Um poema é uma acumulação que se estende:
também o câncer e as altas quantidades
de açúcar: acumulações achadas por não dezer-se:
acumulações nebulosas, o universo:
os poemas se acumulam.

 

 

 

(SYZYGIUM AROMATICUM)

 

Forma de um cravo pequeno, (ternuras que se estendem)
formada pelas pétalas   (florações:  acumulações  e
oxigênio, combustão):
rodeada de quatro pontas que são as divisões
(demarcações:  margens,  fronteiras que não são senão anotações de cinza):
do cálice (repassar: mata de outra mata: translações
vasilhas repletas de ar e nebulosas):
da cor parda escura, (ai, moreno, não me provoques mais dor):
de odor bem aromático  e  agradável e  sabor acre e
picante 
(a terra: translados, sabes de onde vens?)
É medicinal 
(denominaram assim médicos alópatas,  alívio do corpo) e especia: condimenta (nos disseram,
assim é a vida).

 

*

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Página publicada em outubro de 2021

 


 

 

 
 
 
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